Entrevista com Leo Cardoso
(CEO e Founder da Halfstein)
Entrevista realizada por Diego Ferreira
O mercado que envolve os setores da economia criativa envolve um ambiente repleto de oportunidades, desafios e muita inovação. Acredito na importância de trazer para vocês profissionais, empresas e startups que estão neste ambiente e que podem compartilhar experiências com o público da Revista BH IN PRESS.
Pensando nisso estou trazendo para vocês aqui na minha coluna da Revista BH IN PRESS, uma entrevista com o Leo Cardoso! O Leonardo, fundador Halfstein, tem 46 anos, formado em Publicidade e Propaganda e atua no mercado digital há mais de 20 anos, tendo passagens como executivo de Buscapé Company, Netshoes, Telefonica/Vivo, tendo sua primeira startup vendida para a Algar Telecom em 2006. Desde então, não parou mais de empreender e hoje está à frente da Halfstein como diretor-geral, Halfstein uma startup de moda masculina com fábrica própria, que atua no mercado de calçados masculinos casuais e esportivos. Confira o bate papo que ficou incrível e oferece insights para diversos representantes do mercado.
Como começou seu interesse pelo mercado de calçados? Compartilhe com a gente o início da sua jornada empreendedora na Halfstein e um pouco da sua história profissional.
Tudo começou quando ainda era executivo da Netshoes, fui diretor responsável pela vertical mobile então respirávamos calçados e inovação diariamente e isso acabou entrando em minha vida de forma total e intensa até que em 2018 já fora da empresa tive a ideia de poder criar e desenvolver uma marca própria de calçados e para a minha felicidade em 2019 nasce o projeto Halfstein o projeto andou, amadureceu, nasceu e desde 2019 estamos trabalhando evoluindo e nos desenvolvendo.
Fale mais sobre o processo de produção dos produtos da Halfstein. Quais são os principais desafios na concepção do calçado antes de chegar ao consumidor?
Nosso processo de criação e desenvolvimento começa muito antes. Tudo se inicia com um bom planejamento de viagens em especial pelas ruas da Europa, viajamos para buscar referências, inspirações e muita curiosidade, nos identificamos com algumas marcas street em especial as londrinas. Quando voltamos para casa e conseguimos organizar todas as ideias e junto ao time criativo gerando um enorme “toró de parpite” definimos uma linha uma coleção e em cima dessa linha iniciamos todo o trabalho de desenvolvimento.
Após 04 anos na frente da Halfstein, entendo que o mercado calçadista tem muitos desafios, existem inúmeras fábricas de altíssima qualidade e as marcas sempre em busca dessas fábricas o que torna os produtos muito parecidos e sem muita inovação pois oferecem seus produtos “White label” com poucas customizações principalmente para os pequenos players.
Fale mais sobre os aspectos de sustentabilidade que fazem parte do processo de produção da Halfstein.
Diego, atualmente vem se falando e reforçando realmente essa iniciativa de sustentabilidade..Vejo essa wave muito fortalecida especialmente na nova geração Y e Z. Para um processo de produção de calçados pensamos diariamente nisso até para sermos uma empresa "legal/cool" até para fins de custo final do produto.Porém essa implementação nem sempre é tão easy. Acabamos de assinar nosso deal com a venda de uma porcentagem da Halfstein para uma grande indústria de calçados e isso nos possibilitará um leque de novas ideias e implementações, por exemplo: a compra é fundamental para o processo de promoção da sustentabilidade. Isso porque a escolha dos fornecedores é fundamental para garantir que sejam comprados insumos e materiais alinhados à cultura instalada na Halfstein.
Por exemplo, será que o granulado da sola que vãos utilizar nos calçados é proveniente de área de preservação ambiental? O couro não foi obtido por meio de caça ilegal?
Então esse tema já foi abordado diversas vezes nesses 04 anos e agora de fato é a primeira vez que temos a real possibilidade de nos transformar dia a dia pouco a pouco sustentáveis de ponta a ponta. Confesso que eu enquanto ceo e fundador da Halfstein me enche de orgulho dando esse primeiro passo para essa transformação interna cultural
Um dos maiores desafios de uma empresa e startup é desenvolver um relacionamento engajado com o público. Fale mais sobre a comunicação da Halfstein e como os clientes se relacionam com a marca.
Esse ano ainda estamos 100% online, todas nossas vendas são através do nosso próprio site ou dos marketplaces, isso faz com que nossa comunicação seja totalmente direcionada para os canais digitais. Para 2024 estamos planejando a abertura de nossa primeira loja física e também um garoto propaganda uma “cara” para a Halfstein, então para o próximo ano teremos bastante comunicação off e on, isso será um grande salto para nós.
A FCJ Ventures faz parte da história de sucesso e desafios da Halfstein. Compartilhe mais sobre a relação de sucesso da FCJ Venture com a Halfstein e como ajudou no crescimento do negócio.
O mercado é repleto de desafios e possibilidades. Quais foram as principais conquistas da Halfstein?
O mercado assim como todos os outros não é para amadores, meu DNA é digital toda minha expertise profissional vem desde 2000 quando ainda a web era terra de “ninguém”. Então quando entro em um mercado que por obrigação ele é tangível no sentido do produto final isso faz uma enorme diferença e os desafios são infinitos. Para se criar um calçado (em nosso caso masculino) ele é composto pela sola e a parte de cima se chama cabedal, para o desenvolvimento de uma sola própria são tantas etapas e processos, para se ter uma ideia o processo de desenvolvimento até o produto final da nossa próxima coleção passa na mão de pelo menos 90 pessoas, desde a matéria prima da sola depois a matéria prima de cada componente do cabedal até a importação disso tudo.
Vejo que não existem principais conquistas, mas sim uma construção diária repleta de desafios e tomadas de decisões estratégicas, esse conjunto faz com que nosso foco principal que é o crescimento de nossa marca e capilaridade seja uma obsessão de todos os envolvidos, para isso entregamos o melhor produto.
O setor da moda tem um grande papel na economia e no ambiente de inovação. Como a Halfstein enxerga esse mercado e participa desse ambiente repleto de eventos, profissionais, empresas, startups e oportunidades?
O setor da moda está entre os principais setores mundiais e um dos que mais emprega, então tem muita gente boa, muita cabeça pensante e isso torna esse mercado cada dia mais dinâmico e competitivo, e isso é excelente, faz com que exista uma descentralização e o domínio total de alguns players.
Nesses quatro anos de Halfstein tentamos focar em nosso desenvolvimento, crescimento e posicionamento, para isso tivemos diversas reuniões com indústria de calçados, com marcas de luxo como Louis Vuitton e até executivos de techs nos ajudam nessa construção, mas também tivemos diversos contratempos o que nos fez ter um ciclo de “errar, corrigir e aplicar” com rapidez. Estamos passando nesse momento por uma fusão com uma indústria, isso fazia parte de nossa estratégia de fortalecimento e crescimento mas também para podermos trabalhar em um nicho de muito crescimento que são as collabs essa área está com um potencial enorme no mercado brasileiro e para nossa alegria estamos nos posicionando muito bem
As empresas e startups atuam em um mercado que está sempre em busca de novas possibilidades. O que podemos esperar de novidades da Halfstein em 2024?
Esse próximo ano de 2024 e 2025 nosso foco será em nossa marca, fortalecimento e reconhecimento da Halfstein, especialmente para o público masculino além de startar o planejamento de nossa primeira loja física e sua expansão. Nossa fábrica fica em MG e nossa primeira loja será em São Paulo juntamente com nosso escritório.
Aproveite para deixar um recado final para o público da Revista BH in Press que gosta de acompanhar o mercado da economia criativa em Belo Horizonte. Muito obrigado por participar desse bate papo.
Napoleon Hill dizia, “um homem sem autoconfiança é como um navio sem leme”. Vida de empreendedor não é fácil (parece clichê mais não é), todo início existe a falta de credibilidade, falta de conhecimento em determinadas áreas e principalmente falta de recursos financeiros o que gera um nível de stress surreal para o empreendedor e todos a sua volta, para isso é importante apreciar, curtir e acreditar no processo, TRUST THE PROCESS!!!
Mas o que não podemos perder são 3 coisas que eu acho essencial: esperança, autoconfiança e sua dedicação total no que está sendo executado, estude, se dedique e não desista! Keep On Moving!!!!
Vamos continuar falando sobre mercado
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